Um jogo para o Qatar – Crónica de um jogo sofrido

Poderia ter sido uma vitória tranquila dada a diferença de qualidade entre as equipas, mas Portugal complicou a própria vida e manteve o jogo em aberto até aos 90 minutos. Criou e falhou, apesar dos três golos, perdeu bolas que permitiram transição e erros defensivos que poderiam ter levado a sofrer por mais vezes. Ainda assim, segue-se a Macedónia na terça-feira!

Jogo ofensivo português resumido em dois conceitos: liberdade posicional e qualidade individual. Liberdade total para praticamente todos os jogadores em campo (excepção feita a centrais e 6 que são mais posicionais), o que por vezes prejudica a orientação das linhas de passe e não permite um jogo posicional equilibrado. No entanto, essa movimentação constante dos jogadores lusos permite criar superioridades numéricas ao longo de todo o campo e dificulta o adversário que queira controlar individualmente os portugueses. Já juntar tantos jogadores com qualidade técnica e capacidade de associação faz com que existam momentos de posse, de ligação e de criação de grande qualidade.

Apesar do muito acerto com bola, conseguindo construir e ligar com qualidade bastantes vezes, Portugal teve também várias perdas que dificultaram o controlo do jogo e que permitiram transição ao adversário. A Turquia criou dificuldades depois do 1-0 com uma subida do bloco e individualização da pressão, algo que a equipa lusa demorou a conseguir desbloquear. A verdade é que os turcos concediam bastantes espaços, seja na profundidade ou entre linhas, por dentro e por fora, os portugueses conseguiam penetrar a sua estrutura facilmente e encontrar bons contextos de criação que poderiam ter sido melhor aproveitados.

Linha defensiva portuguesa sofreu com a profundidade turca. A última linha portuguese esteve alta e apesar de fortes no duelos, Danilo e Fonte tem algumas dificuldades em controlar o espaço nas suas costas. Também ao nível da coordenação do setor não foi um jogo fácil, o quarteto nunca tinha jogado junto e o conhecimento que cada um tem do companheiro não demonstrou ser pormenorizado.

Individualmente, Diogo Costa acrescenta ofensivamente como mais nenhum outro guarda-redes português. Diogo Dalot, apesar de não ter a capacidade técnica de Cancelo, cria bastantes desequilíbrios pela capacidade física e constantes envolvimentos. Um meio-campo com Moutinho, Bernardo Silva e Bruno Fernandes oferece critério, fluidez à posse e criatividade tanto na ligação como na criação. Já Otávio, pela sua inteligência com e sem bola, capacidade técnica e atitude competitiva, correspondeu e realizou uma exibição positiva. Por fim, nota para Diogo Jota que marcou e demonstrou mais uma vez toda a sua variabilidade ofensiva (apoio, ruptura e área).

2 Comentários

  1. Senti o Diogo J, o elemento mais descontextualizado da equipa portuguesa. Apenas no momento defensivo senti que estava a cumprir. Acho que com Félix está selecção teria dos melhores meio campo/ataque do mundo. Trocando Moutinho por Danilo em jogos mais equilibrados. Com este GR até parecemos outra seleção, chegou para não mais sair!

  2. O meu onze frente a Macedonia:

    Costa
    Cancelo-Fonte-Djalo-Guerreiro
    Moutinho(William)
    Bernardo-Vitinha
    Felix
    CR7-Leão(Jota)

    A velocidade de Djalo pra parar os contra-ataques da Macedonia(cuidado com Elmas!),associado com Fonte(já tem rotina do Lille)!
    Laterais criativos(Cancelo-RaphaG)…
    Um meio campo de 4 magicos(em França nos 80’s chamavam-lhe o “Carré Magique”,Fernandez-Tigana-Giresse-Platini),Mouti/Vitinha/Bernardo/Felix!
    Um espalha-brasas,Leão…
    E Um Matador na frente pra finalizar,CR7!
    Bora!

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*