O espaço muda em função do contexto. Há lances onde se pode receber, virar e ficar de frente para jogo. Outros onde pela pressão exercida antes de se receber a bola, não é possível enquadrar e obriga a utilizar um terceiro jogador para o deixar de frente para a baliza contrária.
No lance do segundo golo de Portugal, Bernardo Silva recebe entre linhas e sem ninguem a pressiona-lo nas costas, enquadra e fica logo no primeiro contacto com a bola de frente para a linha defensiva adversária. A partir deste momento, o portador fica em possição de agredir a última linha e os colegas terão de lhe oferecer soluções no espaço para se poderem isolar.
Já no golo do empate da França diante da Austria, Mbappe percebe que o defesa saltou para o pressionar nas costas e não deixá-lo enquadrar. Assim, o avançado francês toca de primeira num colega de frente, de forma a deixá-lo enquadrado com a última linha. O facto do defesa ter encurtado em Mbappe abriu espaço nas suas costas que foi posteriormente aproveitado.
Em todos os setores do campo, seja na construção como na criação, esta é uma decisão que qualquer jogador que irá receber terá de se confrontar. Tenho espaço? Enquadra! Estou pegado? Toca de frente! Sabendo sempre que quando se está pegado (pressão pelas costas), é porque existe um jogador alto e espaço nas costas deste para ser explorado posteriormente.
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