It’s home, England!

“IT´S COMING HOME” gritavam os adeptos desde o 1º jogo da fase de grupos onde foi batido o 1º recorde de assistências num Europeu Feminino: 68,871 pessoas!!!!

A História fez-se e a Inglaterra vence o seu 1º Campeonato da Europa – e a jogar em casa! Na reedição da final de 2009, A Alemanha cai perante uma Inglaterra galvanizada pelo seu público e com heroínas improváveis!

Chloe Kelly e Ella Toone fizeram os golos nesta final, saltando as duas do banco já na 2ª parte.

Sarina Wiegman – atual Selecionador Inglesa – liderou pela 2ª vez consecutiva uma Seleção à conquista do Campeonato da Europa. Em 2017, os Países Baixos e agora, em 2022, a Inglaterra.
É também dela que nasce outro registo notável: Foi a 1ª selecionadora a usar o mesmo 11 titular nas 6 partidas disputadas durante este Europeu, fase de grupos, 1/4 final, 1/2 final, Final.

Sarina Wiegman, Bi Campeã da Europa

11 Titular

O sistema que foi utilizado foi: 1x4x2x3x1.

Algumas ideias sobre o jogo de Sarina Wiegman e Inglaterra:

A construir: As duas centrais prontas para receber, independentemente da pressão adversária. As laterais estavam altas, projetavam-se e iam baixando se necessário. O duplo pivot a construir, composto pela Keira Walsh e Georgia Stanway iam criando uma situação bastante dificil para que as adversárias pressionassem, posicionando-se alternadamente nas costas da 1ª e 2ª linha de pressão adversária. A Médio-ofensivo, Fran Kirby ou Ella Toone, já nas costas da linha média adversária, descaindo para um dos laos para não estar na mesma linha que a Avançada (Ellen White ou Alessia Russo)

Em momentos de criação dentro do bloco: As duas médios de construção com abordagens diferentes: Keira Walsh com passes que desiquilibram uma equipa inteira e que batem linhas de pressão (ir rever o 1º golo da Inglaterra na Final de Wembley), visão do jogo e decisão acima da média e Georgia Stanway num desiquilibro que é mais de condução, drible, receção orientada e até, finalização. Esta última, tem um desdobramento interessante na chegada ao último terço, ou seja, por muito que seja uma das 1ªs a tentar construir em zonas primárias, é também uma das médios com mais chegadas à área adversária.

Em zonas de criação por fora: A variabilidade que têm neste 11 também se deve à capacidade das duas laterais se projetarem por fora, e com muita qualidade. Eu diria que 80% das vezes foi no corredor direito pela Lucy Bronze, ao invés de Rachel Daly do lado contrário, mas as duas jogadoras conseguem e têm liberdade para o fazer. Elas garantem a largura do jogo e sobretudo, muita qualidade na chegada a zonas de cruzamento. Cada cruzamento da Lucy Bronze é meio golo! Um dos destaques na final, embora não tenha feito um Europeu brilhante.

Fase final – zonas de finalização: Todas estas jogadoras descritas nos dois pontos em cima trabalham para servir o último terço e para fazer com que a bola chegue em condições favoráveis para que as 3 da frente desiquilibrem. Nos corredores, como extremos, duas jogadoras diferentes mas muito competentes nas suas características individuais. Beth Mead, a melhor jogadora e marcadora do Europeu, movimenta-se muito bem sem bola e tem a capacidade de desiquilibrar no 1×1 em zonas mais exteriores ou interiores (onde marcou alguns golos) mas não tem a mesma capacidade de transporte que tem a Lauren Hemp no corredor contrário que para além de ser super rápida em condução (que consegue aliar até ao processo defensivo), deambula no 1×1 e procura cruzamentos quando está no corredor esquerdo, que normalmente dão pelo menos remate. É também dela que nascem muitas entradas na área em condução onde consegue atrair muitas adversárias e libertar dentro de área as colegas para finalizar. Hemp desiquilibrou muito e foi das jogadoras com mais minutos durante este Europeu por tudo o que dá ao jogo da equipa em todos os momentos de jogo. Ellen White trabalha muito bem em zonas de finalização, ataca muito bem todas as zonas e consegue finalizar de todas as maneiras. É muito inteligente dentro de área, atrai muito as atenções e é extremamente perspicaz nas segundas bolas.

AS FIGURAS

Mary Earps – Keira Walsh – Georgia Stanway – Beth Mead

Para finalizar, e porque nem só deste 11 viveu a Inglaterra, destacar as duas suplentes que entraram em todos os jogos, e que o mudaram!!

INGLATERRA foi Campeã da Europa pela 1ª vez em frente a um Wembley cheio: 87.192 pessoas!!

Sejam bem-vindos a um futebol que veio para ficar.

1 Comentário

  1. EXCELENTE ANALISE FEITA A ESTE BRILHANTE CAMPEONATO DA EUROPA, QUE FEZ BRILHAR UM GRUPO DE COMENTADORES E ANALISTAS DO CANAL 11. PARABENS À FEDERAÇAO PORTUGUESA DE FUTEBOL E AO CANAL 11, UM EXEMPLO DE TALENTO E WUALIDADE AO SERVIÇO DO DESPORTO NO SEU TODO E AO FUTEBOL EM PARTICULAR. .BEM HAJAM…

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