Hora do Recreio

aqui e aqui, tinhamos alertado que paulatinamente Xavi estaria a fazer renascer o velho Barcelona. E no último mês surgiu a confirmação, tendo a equipa aplicado chapa quatro a Atlético, Valência, Napoli, Athletic, Osasuna e, finalmente, ao Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu.

A identidade do clube catalão está bem presente no seu técnico e este incutiu-a desde o primeiro dia numa equipa que parecia perder o espirito culé, tão característico dos jogadores que vestiam esta camisola. O jogo posicional, a valorização da bola e o controlo do jogo em posse, bem como uma rápida mudança de mindset no momento da perda, são conceitos importantes no jogar que Xavi preconiza para esta equipa. Também na escolha dos interpretes o paradigma parece voltar a mudar, com o regresso dos talentosos, dos criativos e dos que realmente desequilibram ofensivamente.

Na vitória incontestável no terreno do Real Madrid, importa sublinhar o tridente ofensivo do Barcelona. Ferrán Torres, Dembelé e Aubameyang marcaram, assistiram, desequilibraram, criaram oportunidades e muitos mais golos poderiam ter surgido. Com os posicionamentos cada vez mais bem definidos e o modelo já bem interpretado e a evoluir constantemente, o nível de conhecimento entre jogadores aumenta e a sobressai toda a qualidade de cada um deles.

  • Ferrán Torres. Joga aberto à esquerda, mas a variabilidade de movimentos impressiona. No pé, no espaço, na área, fora e dentro. Inteligência nas movimentações, qualidade técnica, capacidade de associação, desequilíbrio e facilidade para criar situações de finalização. Marcou e assistiu no Bernabéu, mas quando concretizar mais vezes as oportunidades que tem vai subir ao nível dos melhores.
  • Ousmane Dembelé. Um dos melhores ambidestros do mundo, joga aberto à direita e é dos jogadores com maior capacidade para desequilibrar individualmente da atualidade. Os problemas fora do campo não lhe permitem subir ao patamar que o seu talento merece. Precisa, no entanto, de colocar mais números e materializa todos os seus desequilíbrios em golos e assistências. Não obstante, assistiu Aubameyang após 1×1 contra Nacho e Ronald Araujo de canto.
  • Pierre Aubameyang. Aos 32 anos, chegou ao Barcelona a custo zero e em 11 jogos leva 9 golos. Um avançado que já há muito deixou de ser apenas de profundidade e hoje marca de todas as formas e acrescenta ao jogo na criação. Seja em apoio, no ataque ao espaço ou na área, o gabonês integrou-se perfeitamente na equipa de Xavi, voltou a mostrar a sua melhor versão e forma com Ferrán e Dembelé um tridente ofensivo cheio de qualidade, variabilidade e entendimento.

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